domingo, 8 de janeiro de 2012

"An Deus sit..." (Se Deus é...)


Solidão é um nome tão de moda, mas que quase sempre perde sua força porque simplesmente fugimos dela! Esse poema em prosa, de autoria própria, fala de uma realidade pessoal da minha vida... assim vivi, assim senti, e hoje partilho com todos! Mas ainda falta... espero que o próximo post seja uma segunda parte deste texto, que hoje dedico especialmente a duas pessoas: um grande irmão: Bruno Vaccotti (quem indicou este tema e que me deu que pensar e sentir de novo para poder dissertar) e ao Padre Manuel José, este verdadeiro sábio que faz da solidão a sua vida e não por masoquismo, mas porque sabe que ela "An Deus sit..." (ao som de Jorge Drexler e Maria Rita).... Abraço pra todos...

"Eu já pensei nisso antes... ou melhor, eu já vivi isso antes! Eram tantas perguntas, tantos medos e inseguranças... me lembro perfeitamente: a solidão chegou de uma forma, sem pedir licença, entrando e tocando o mais profundo da alma.
Na verdade, eu sempre soube que o coração se sentia sozinho, mas eu fugia disso... o medo de uma solidão eterna era tão grande que me transformava completamente para evitá-la: eram caras feias, choros, portadas e comportamentos mal criados... Eram desconfianças, ciúmes e dores e nada era em vão; tudo era para tentar destruir essa tal solidão!
Mas um dia, um verdadeiro sábio, que fazia da sua solidão o grande amor da sua vida, me disse que não tinha que mascarar, nem fugir e nem temer a esse bicho. Como ela simplesmente chegou, bastava deixa-la entrar, e bastava pouco tempo para perceber que ela passaria de dor a alegria, de horror a um sentimento nada mais e nada menos que uma realidade natural, presente na vida de casados, solteiros, viúvos e pedreiros... E tão rápido ela mostraria que o único que se podia fazer era absolutamente nada, porque nesta nada havia um algo, um algo que era alguém, alguém que é tudo, tudo que também é solidão, solidão que é silêncio e ausência, silêncio que perturba e ausência que destrói, mas que como é tudo também é paz, é clemência, é amor e confiança, é sobreTudo... é o excelso e o sublime, o verdadeiro e jamais o falso, é o eterno e o infinito e jamais o que passa, mas é também o passageiro, que se senta ao meu lado no trem da vida sem pedir licença, porque ali simplesmente é seu assento... é o tudo que as vezes me faz sentir nada, mas é a nada que sempre me faz sentir tudo: e “a isso alguns chamam Deus...”"

continua [...]

jUnIoR tAkAnAge
08.I.2012










*As expressões "An Deus sit" e sua tradução presente ao final deste texto: "a isso alguns chamam Deus", são originárias de Santo Tomás de Aquino em suas "Vias sobre a Existência de Deus" em: "Summa Theologiae"

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