quarta-feira, 5 de junho de 2013

[Pedaços Perdidos pelo mundo]


"Sempre sonhei com uma vida cheia de viagens para lá e para cá... sem muitos rodeios, sem tanto trabalho! Mas não era uma vida fácil no sentido de alguém que possui dinheiro e por isso pode fazer as viagens que bem entende! Por isso mesmo, sempre me questionei como poderia fazer algo assim: um dia em Londres e outro em Paris... e por aí vai!

Se tratava de um sonho tão interior, tão natural em mim, que dia a dia me esforcei por saber como isso poderia ser assim! Eu sonhava com nutrir minha alma de muitas culturas, de muitas línguas, de muitas raças, sonhava com encher-me de eu mesmo e levar energias positivas por onde caminhasse!

Até que de repente, por estes acasos, e eu não acredito em acasos, que só a vida e Deus entendem, chegou a minhas mãos uma mensagem, por mãos de uma cobradora de ônibus, um papelzinho mesmo, que dizia: "Só viajando encontrará seus pedaços perdidos pelo mundo"! Aquilo, claramente, foi uma confirmação deste sonho que sempre esteve em mim.

Então eu comecei a pensar ainda mais como deveria fazer isso... e o que fiz? O que houve? Viajei para um lugar onde nunca havia estado, um lugar onde outras pessoas jamais iriam estar... comprei passagens para o interior, embarquei e nesta viagem e tantas vezes me perdi e continuei me perdendo, e acho que continuarei, pois os idiomas muitas vezes se confundem, são vários, os caminhos muitas vezes diferem do que eu gostaria traçar, mas no fundo se trata de buscar estes pedaços que, segundo aquela mensagem, estão perdidos pelo mundo.

A viagem foi seguindo, e fui descobrindo, pouco a pouco, que não é preciso ir muito longe quando você pode ir mais profundo. Mas a verdade é que é preciso sim, viajar com pouca bagagem, porque nesta estrada que percorri, tantas pessoas entraram e saíram de minha vida, o ônibus muitas vezes se deteve e algumas subiram, outras desceram, e cada uma deixava um pouco de si, mas no fundo, o único que se mantinha era a beleza de cada um que se eternizava no interior de uma viagem que começou vazia, em busca de pedaços perdidos... pedaços estes que ainda não encontrei totalmente, mas que encontro cada dia, e agradeço por percebe-los, em pessoas que fazem de mim, não uma imitação ou cópia delas mesmas, mas um buscador de uma identidade dada por Deus e que se grava em mim por infindas vivências de amor e dúvidas, com uma única certeza: sem cada companheiro de viagem, sem a viagem de cada um, sem as sinuosidades do caminho, nenhum pedaço seria encontrado, mas todos ficariam presos pelos buracos da estrada.

Por isso, pouco a pouco, as línguas que eu sonhava aprender foram sendo o idioma daqueles que passaram por mim, as culturas são um pouquinho daquilo que cada um conta, canta e dança, e as raças? Ah, as raças me enriqueceram e enriquecem cada dia, mostrando que não existe perfeição quando se trata de seres humanos na individualidade, mas que existe um desejo dela quando se unem todos num caminho que não termina jamais, a não ser quando se sonha, se viaja, se faz um com todos, 'para que todos sejam um'*."


Junior Takanage
05.VI.2012


*João 17;21

sábado, 16 de fevereiro de 2013

[De um sonho e uma novidade sempre novos...]

"O poeta se senta para desenhar caminhos que nunca foram seus e de repente tornaram-se algo tão presente e real em sua vida!

É como se do nada, flores começassem a nascer em seus jardins sem plantá-las, mas também, como se aquilo que ele chamava de amor, escorresse entre seus dedos como areia fofa, esvaziando todo e qualquer sentimento e dando novas cores e novas perspectivas, afinal o amor se foi, mas as flores chegaram!

O poeta rabisca, sonha, contorce palavras, vive um sonho, sonha a vida! Começa seu caminho por uma pedra para que possa rimar em cima dela, e espera terminar num lago de água quente, relaxante, onde agradece e brinda a vida por tantas novas experiências!

Para ele, mesmo que as experiências se repitam, nada é rotina, e tudo o que passou não passa de novo, porque o velho e o novo são sempre novo, e o novo sempre se agradece, se enaltece, porque dali nunca se sai sem uma luz nova, sem uma cor brilhante!

O poeta? Ah! O poeta sabe como é viver a vida, e espero que um dia ele publique esse como! Mas eu sei que nada será assim, afinal esse como é diferente para todos, e infelizmente o novo para o poeta é acolhido de maneira diferente pelo ator, pelo engenheiro, pelo químico, pelo arquiteto, por cada um enfim!
Cada novo tem um sonho e um significado para cada um dos que o recebem, cada luz brilha de acordo com os olhos daquele que vê e cada sonho se sonha com o coração, o desejo e o inconsciente daquele que sonha!

Sonho, novidade, luz e cores são realidades de todos, porém só são possíveis para aqueles que a elas se abrem!"

Junior Takanage
16.II.2013

domingo, 13 de janeiro de 2013

[A chuva, o café, o livro, o sorvete].




"Escuridão... parece que hoje o Sol se esqueceu de nascer! Na realidade eu adoro esse clima perfeito para um estado observador e pacífico da alma! Luzes surgem aos poucos, iluminam e alegram a beleza dos sorrisos e se escondem novamente deixando que a alma repouse sobre as belas palavras de autores que são como gurus, guias, orixás, não sei bem quais nomes dar!

Sei apenas que escuridão e livros são a perfeita combinação para acompanhar um café-sorvete e deixar a alma tão alegre e tão elevada como se nada mais fosse necessário além do simples desejo da arte ser a única condutora dos passos do homem!

Pode parecer muito estranho, mas passa pela minha cabeça: como querer dormir o tempo todo com esta escuridão? Ela é que me mantém desperto, a chuva me acorda e me convida a observar a alma, o profundo de mim mesmo que está esperando todo o tempo para dar um salto afora e se perfilar nas palavras que meu pobre léxico possui! Sinceramente?! Não entendo.

Chuva, café, livro, sorvete... um misto de sentimentos e de matérias, um estilo que combina a reação do coração com os desejos mais obsoletos de um eu escondido em seus próprios caprichos!

Ah! Hoje é dia de liberdade, de escuridão que é a luz que a alma precisa para vir à tona e liberar na perseverança de um poema as riquezas mais profundas e ocultas naquilo que chamo de melancolia feliz."


Junior Takanage
13.I.2013

sábado, 12 de janeiro de 2013

[De um melancólico - sanguíneo. ]




"Chuva maravilhosa molha os pés do cidadão, molha a praça e molha o chão! Molha um coração que percebe uma tensão criadora e ao mesmo tempo uma tensão inexplicável!

Como palavras melancólicas, não no sentido trágico, mas no sentido profundo, surgem de uma alma toda aberta e disposta a dispensar a todos os seus amores, ao tempo que as mesmas palavras se perdem no seu interior e se esvão, todas, uma a uma, por seus gritos e gargalhadas!

Percebo uma tensão que vai ser pra sempre minha: vida profunda e coração aberto, mas coração que esquece e alma que de repente se chacoalha perdida nas extremidades do ser!

Uau! Eu nunca pensei que fosse me dar conta disso, mas acho que aqui já há algo de poeta, existe algo de artista: minha vida que se expressa nas palavras é uma parte de mim que não sai nos meus sorrisos, mas tudo é sinceridade e profundidade de alguém que deseja o esplendor de uma expressão emanada de seu próprio eu... um eu que silencia e percebe a grandiosidade de viver uma vida toda inteira e intensa e de um eu que percebe a maior de todas as virtudes: doar-se no ato e na gratidão a todos os que por ele passam e desejam nada mais e nada menos que um sorriso permanente e sincero, um coração disposto e uma alma alegre, firme e confiante em suas metas, capacidades e acima de tudo humilde para reconhecer o que é e o que não é!

Mas isso não torna a tensão menos difícil... ah, claro que não! Encontrar uma harmonia entre silêncio e gritos, onde ambos são a permanência da eternidade do eu é um trabalho árduo e que se faz cada dia mais apaixonante, porque neste aventura descubro que nada, nem ninguém é capaz de me fazer desistir ou de me fazer deixar de ser aquilo para o qual nasci: vita et gaudium."

Junior Takanage
12.I.2013

domingo, 6 de janeiro de 2013

[De uma paixão e necessidade da alma: ESCREVER]

Um pouco atrasado, desejando que 2013 seja de muitas alegrias, felicidades, realizações e afetos... Com muita arte, poesia, luz e cores... A todos um grande abraço!




"Palavras que se perdem, olhares que se encontram, sonhos que perduram e almas que sonham... Constantemente tenho me deparado com minha realidade frágil diante de mim mesmo, sem saber ao certo o que quero ou o que virá.

Percebo e me deixo tocar por algo que de repente se volta ao meu coração com total alegria e disponibilidade de mim mesmo: escrever, sonhar e deixar que as palavras plasmem o que realmente se sente no mais profundo coração acanhado e duvidoso de si mesmo; aqui a atividade predileta do coração que ama e se lança por uma paixão eterna.

Sentado, com um café, escrevendo e desenhando a sacralidade de um momento que pode ser para sempre força de vida: o amor por algo que é tão simples e por isso, talvez, tão pouco notado: ser eu mesmo em relação com minhas palavras que se materializam em uma única ação ou expressão: Ser."

Junior Takanage
06.I.2013


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