A vida tem um
estranho costume
de me chamar de
volta a mim mesmo.
Ela chega de
mansinho,
me dá um cheirinho
daqui,
um sonho dali,
me coloca em
movimento.
De repente,
surpreendido,
percebo que estou,
como uma máquina
que não possui
botão de desligar
e tampouco freios
para desacelerar.
Ando em busca de
externalidades,
que frustram da
alegria, a veracidade.
No meu caminho,
não consigo me
deter.
Às vezes, sem me
dar conta
estou andando sem
ver,
sonhando sem dormir,
respirando sem
inspirar.
Mas aí ela chega de
mansinho,
de novo, sim...
Porque ela sempre
faz parecer
que tudo está
perfeito,
e de repente,
surpreendido,
de novo, sim...
me sinto inundado
por lágrimas,
por uma violência
suave,
mas que deixa seus
rastros,
aturdido com
barulhos e ruídos
que não são nada
mais
do que eu mesmo
precisando de mim.
Ah, vida!!! Como
sois bela!
Pena que tantas
vezes me esqueço,
e de novo eu me
entristeço,
porque no fim ou no
começo,
sonho, vivo e fujo
do meu lado avesso.
És profunda e tão
luminosa,
és amor que depende
de mim para ser amada,
és carregada de
cores e cheia de sabores,
mas que dependem de
mim,
do meu silêncio,
do meu espaço,
do meu amar-me,
para poder ser
sentida,
experimentada,
e novamente,
tão amada.
Junior
Takanage
09.V.2016