Já há algum tempo
que venho ensaiando para sentar-me frente ao computador e escrever um
pouco sobre este livro. Trata-se um pouco das minhas impressões para
com o mesmo e, por que não, uma indicação.
Em primeiro lugar
tratou-se de um livro que me fez chorar, e acredite, mesmo que eu
seja muito chorão eu não choro quando leio livros, mas este livro
me fez chorar; claro que não foi o livro todo, mas temas e momentos
específicos me identificaram, não pela minha pessoalidade, mas
especialmente pela manifestação da misericórdia, de perceber que
não sou eu que sou chamado a algo, mas que Deus, assim como o fez
com Mateus, “me olha com misericórdia” (cf. Mt. 9, 9-13),
apesar das minhas limitações e
fragilidades. No entanto, me tocou também em algo que mesmo que
tantas vezes é parte do meu discurso, muitas vezes está distante do
meu viver: a minha misericórdia para com o outro. Se sou olhado com
esta misericórdia, como não olhar para o outro, como não ter o
mesmo sentimento para com ele, como não amá-lo apesar de tudo?
Trata-se
de uma entrevista, e não de um texto corrido, e a verdade? Dá pra
ler muito rápido... é uma conversa gostosa, onde a autora, Andrea
Tornielli, recupera inclusive expressões gestuais e linguísticas do
Santo Padre, que tem claramente um bom acento argentino (sim, eu
gosto da Argentina e dos argentinos e não é só por causa do Papa).
Não
quero que essa afirmação soe como uma apreciação despectiva do
livro, mas é um livro que não traz uma novidade, ou melhor, não
deveria trazer uma novidade para aqueles que se dizem cristãos,
católicos ou simplesmente praticantes do Amor (caritas), pois fala
de uma atuação diária e que deveria ser intrínseca ao viver de
cada um de nós. No entanto, a NOVIDADE do livro é justamente chamar
a nossa atenção para isso... Mesmo sendo tão do cotidiano, tão
comum, e talvez por causa disso, muitas vezes nos faz não colocar
atenção.
Portanto,
vale a pena, vale a leitura, vale uma reflexão, vale deixar-nos
tocar por essas palavras tão belas e profundas, vale deixar-nos
interpelar para um anúncio que não é somente dos católicos, mas
de todos aqueles que querem construir um reino de Justiça, Paz,
Fraternidade e Igualdade.
Junior Takanage
22.II.2016